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segunda-feira, 16 de junho de 2008

Toque do sino












O toque do sino rompe
O calor abrasador do meio-dia
Indiferente ao mendigo
Que sentado no banco do jardim
Fuma a beata que apanhou do chão.

Fuma para enganar a fome que sente
E o seu olhar, sem alegria,
Procura um qualquer amigo,
Enquanto o som do sino ecoa pelo jardim
Indiferente ao mendigo e à sua reflexão.

No outro lado da rua, olhando em frente,
Passa o administrador do banco, com a expressão fria,
Indiferente ao tom amargo
Do eco que, no fim
Do seu badalar, o sino deixa na povoação.

Fica o silêncio quente
Que, cruelmente, amplia
O roer do estômago do mendigo
E a arrogância sem fim
Que o administrador ostenta na povoação.

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