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quarta-feira, 11 de março de 2009

Os Jardins da nossa vontade

" (...) Depende da nossa vontade ser de um ou de outro feitio. Os nossos corpos são nossos jardins de que as nossas vontades são os jardineiros. Assim, se plantarmos urtigas ou semearmos alfaces, plantarmos hissopos, ou mondarmos tomilho; se cultivarmos uma só espécie de ervas ou confundirmos muitas; se ficarem estéries pela preguiça, ou pingues pelo trabalho, é porque o poder e a autoridade correctiva estão na nossa vontade. Se a balança das nossas vidas não tivesse a concha da razão para contrapor à da sensualidade, o sangue e a baixesa dos nossos instintos levar-nos-iam às mais absurdas conclusões. (...)

Excerto de "Otelo" de Shakespeare

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